Pós-Pandemia influencia tendências do comportamento dos consumidores para 2022

No início da pandemia de Covid-19, a pergunta que todos se faziam era quando poderíamos retornar a uma vida normal. Hoje, mesmo com vacinas disponíveis, sabemos que o distanciamento social trouxe mudanças no estilo de vida das pessoas que vieram para ficar. E saber quais são elas é importante para entender o comportamento dos consumidores para 2022 e as oportunidades de negócios que poderão aparecer.

É importante entender que, apesar de não podermos considerar a crise da Covid-19 como  superada, vide o surgimento da variante ômicron na África , é razoável supor que com as vacinas que já existem no mercado, será possível retornar em breve muitos hábitos que tínhamos anteriormente.

A questão é que a crise sanitária fez com que acontecessem em alguns meses mudanças que normalmente levariam décadas, ou talvez jamais ocorressem com a intensidade que ocorreram, em função de hábitos arraigados e resistências culturais. E a mais importante delas, sem dúvida é o home office, ou em português, o trabalho remoto.

Como o home office permanente mudou comportamentos.

Há tempos a tecnologia já tornou possível  as pessoas trabalharem de suas casas, sem terem de se deslocar para um escritório todos os dias. Mas ao mesmo tempo em que os gestores acreditavam que precisavam supervisionar suas equipes de perto, os colaboradores não viam a ideia com bons olhos pelo receio de não conseguir mais separar a vida profissional da pessoal e familiar.

 A pandemia obrigou todos a passarem pela experiência, e os resultados surpreenderam muita gente. A grande maioria dos profissionais apresentou índices de produtividade iguais, ou até maiores, trabalhando em casa. Além de se pouparem do deslocamento casa-trabalho-casa, os mais privilegiados ainda realizaram, ao menos provisoriamente, o sonho de morarem em locais espaçosos e arborizados, longe dos grandes centros urbanos.

 As empresas, por sua vez, ao colocarem as pessoas em home office ou trabalho híbrido, mantendo nos escritórios somente pessoal essencial, diminuiriam muito seus custos com alugueis e manutenção de imóveis. E não veem razão, pelo menos nesse momento, de voltar a ter esse custo.  

Ocorre que nenhuma situação traz somente vantagens e ganhos. O home office também trouxe seus próprios problemas. Dificuldades anteriores com os quais as pessoa já conviviam foram exacerbadas, e outras foram criadas. E isso afetará o comportamento do consumidor em 2022. 

Consumidores mais otimistas. Ou unidos pelos seus medos 

O otimismo e o medo são dois sentimentos distintos e praticamente opostos. Entenda como eles afetarão as decisões de consumo das pessoas e até de investimento das empresas ao longo de 2022.

Consumidores otimistas e dispostos a recuperar o tempo perdido 

Em 2022, em diversos momentos, as pessoas manifestarão sentimentos mais otimistas, mesmo que  faltem razões concretas para isso . Valerá como nunca a frase sou brasileiro e não desisto nunca!

Após quase 2 anos em uma situação de crise que ninguém esperava passar, especialmente nós, brasileiros, acostumados a lidar com os problemas típicos do nosso país, mas sempre vendo as grandes catástrofes globais acontecerem em outros lugares, e sabendo delas apenas pelo noticiário, fomos atingidos em cheio pela pandemia.

Mas ao que tudo indica, passamos pelo pior, mesmo que o surgimento da variante ômicron seja um sinal de que ainda devemos ter cuidado. Em uma situação como essa, a sensação é de que as coisas só podem melhorar, o que leva as pessoas a fazerem planos para o futuro.  

Consumidores unidos pelos seus medos. 

O medo, do ponto de vista da nossa análise, é o outro lado do otimismo. E um dos legados desse período de pandemia, com distanciamento pessoal e medidas de proteção é que aprendemos a ter medo de coisas que não tínhamos antes. E tivemos de aprender, também, a lidar com esse medo para tentar retomar uma vida normal.

O que deve ser observado é que , graças ao poder de alcance das redes socais, o medo de algumas coisas ´poderá se tornar um fator de unificação demográfica, da mesma maneira que a torcida por times de futebol, posições políticas ou gostos artísticos e pessoais.

Não sabemos exatamente as consequências disso, mas é um fenômeno que deve ser observado.

Consumidores engajados em causas políticas e sociais 

O clima de polarização política de que muitos se queixam, inclusive porque acaba influenciando opiniões ou tomadas de decisão que simplesmente não deveriam ser analisadas sob esse ponto de vista, continuarão com ainda mais força em 2022. É um problema do mundo das redes sociais, que nada indica que irá refluir no futuro próximo.

Os consumidores continuarão esperando de marcas e empresas que elas se posicionem sobre questões políticas e sociais. E elas devem continuar fazendo isso, tomando o cuidado de serem verdadeiras e coerentes, alinhando discursos e ações. E monitorando constantemente o que se fala sobre elas nas redes sociais.  

Consumidores estarão ansiosos por experiências emocionalmente compensadoras.  

O home office já uma realidade colocada. A questão é que muitas pessoas sentem falta do convívio social proporcionado pelo trabalho presencial e pelo próprio ato de se deslocar diariamente no trajeto casa-trabalho-casa. É uma experiência que muitas pessoas só perceberam o quanto era valiosa quando foram privadas dela.

O ser humano é um animal social. Saber trabalhar em casa, conectado a colegas e clientes somente por meios remotos, e se manter produtivo no processo é possível, necessário e muitas vezes mais interessante economicamente. Mas não é uma experiência completa, em diversos aspectos.

Então, acreditamos que uma das principais características do comportamento do consumidor para 2022 será o de buscar experiências que compensem as lacunas criadas pelas falta do trabalho presencial.

E é justamente em oferecer aos consumidores essas experiências que residem oportunidades de negócios em 2022.


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