O SEO morreu? Essa afirmação surge frequentemente em discussões sobre as tendências do marketing digital, especialmente depois do surgimento da IA – Inteligência Artificial, e do Chat GPT, sua versão mais acessível, e gratuita, pelo menos até o momento em que escrevemos esse artigo, que tornou o conceito de IA extremamente popular. Mas será que o SEO morreu mesmo? Ou ele simplesmente está evoluindo? Entenda a verdade sobre essa polêmica.
O que é SEO
SEO é o conjunto de estratégias e técnicas voltadas para melhorar o posicionamento de páginas na busca orgânica de ferramentas como Google, Bing e outros motores de busca. Ele envolve aspectos técnicos como velocidade do site e estrutura do código, produção de conteúdo relevante, uso de palavras-chave, link building, experiência do usuário, entre outros.
O objetivo de tudo isso é melhorar o ranqueamento de uma página nas buscas orgânicas. Em uma linguagem leiga, significa colocar uma página de uma empresa, de um site ou blog, nas primeiras posições das buscas gratuitas, aquelas que você não precisa pagar por cada clique. Muito pelo contrário, aliás! Quanto mais cliques ela recebe, e mais tempo o usuário passa na página, mais o algoritmo de Google entende que se trata de um conteúdo relevante, e melhora o posicionamento da página nas buscas.
Por isso o SEO é interessante para as estratégias de marketing, ajudando a tornar as marcas mais visíveis, conhecidas e bem-posicionadas. E também é interessante para a parte comercial, já que se o consumidor faz uma busca na internet por um produto ou serviço com o objetivo de se informar para comprar, se a etapa da informação já foi ultrapassada, é muito útil poder realizar a compra no mesmo local em que se informou, seja uma loja física, seja um e-commerce.
É por isso que afirmamos que através do SEO é possível fazer uma conexão direta entre o marketing e as vendas!
Por que dizem que o SEO morreu?
É nessa hora que você pergunta: Se essa estratégia tão eficiente assim, por que dizem que o SEO morreu?
Mudança no comportamento do usuário
É uma tendência do ser humano optar pelo que é mais rápido, conveniente e confortável. Por isso, muitas pessoas consomem conteúdo em formatos que exijam menos atenção e esforço. Um podcast, por exemplo, que pode ser ouvido, acaba fazendo as vezes do rádio dos automóveis, enquanto o Youtube , ou outras plataformas de vídeo, substituíram a TV tradicional em muitas situações.
Mas o que mais nos interessa, no caso do SEO, é a questão de como as pessoas fazem pesquisas na internet. O modelo do SEO tradicional pressupunha que para ser visto era necessário estar na primeira página do Google. Isso exige textos longos, e , dependendo da complexidade do assunto, um alto grau de atenção e disponibilidade de tempo do leitor até achar a resposta que procura.
Então, formas de pesquisa e de consumo de conteúdo que exijam menos concentração dos usuários, e que a resposta desejada possa ser conseguida mais rapidamente, tendem a ganhar terreno com o tempo, o que nos leva ao próximo item desse artigo.
Como o Chat GPT e outras IAs generativas mudaram o SEO
A experiência de uma busca tradicional na internet se baseia em fazer uma pergunta ao Google, e clicar nos links que ela oferece como resposta. O que, inclusive, fez com que o Google caísse no gosto dos usuários e se tornasse a ferramenta de buscas mais utilizada no mundo é a sua capacidade de selecionar a melhor resposta para a busca do usuário. Mas ela exige que se clique nos links e se leia o conteúdo dos links.
Ferramentas como o ChatGPT, Perplexity, Copilot e o próprio Google SGE (Search Generative Experience) mudaram o comportamento de busca, porque as pessoas podem obter respostas diretamente de inteligências artificiais, sem visitar sites ou blogs.
O SEO morreu? Não. Ele evoluiu.
O que é preciso compreender sobre o Google é que ele não se tornou o buscador mais utilizado do mundo por ser uma excelente ferramenta para divulgar marcas. Ele atingiu essa posição por oferecer as melhores respostas para as perguntas das pessoas, e por isso, atraia o público, que por estar lá, podia ser impactado pelas mensagens das marcas e por ofertas de produtos ou serviços.
Mas estar bem ranqueado nas buscas exige trabalho constante. Para se chegar às primeiras posições no ranking das respostas, a SERP, e para se manter lá, pois o Google atualiza frequentemente seus algoritmos (como o Helpful Content Update e o Core Update), o que causa quedas de tráfego em sites que dependiam de técnicas ultrapassadas ou manipulações, como keyword stuffing, a repetição excessiva de palavras chave para tentar iludir o algoritmo e conseguir um bom posicionamento com um conteúdo que não é tão relevante assim.
Saturação de conteúdo aumentou a concorrência
A web está repleta de artigos otimizados para SEO. Muitos deles são realmente muito bons, mas outros são superficiais ou redundantes. Isso cria a falsa ideia de que o SEO não funciona mais quando, na verdade, o problema é tentar executar a estratégia de uma maneira pobre.
A verdade é que o SEO não morreu, ele evoluiu. Algumas estratégias ficaram obsoletas, mas isso não significa que otimizar sites e artigos de blog para mecanismos de busca deixou de ser importante. Pelo contrário, é mais importante do que nunca, mas exige:
Conteúdo realmente útil, bem escrito e com autoridade;
Otimização para buscas por voz, respostas diretas e intenção do usuário;
Uso inteligente de IA para planejamento e escala de conteúdo, sem sacrificar originalidade;
Foco em E-E-A-C (Experiência, Expertise, Autoridade e Confiança)
Adoção de práticas técnicas modernas, como SEO para mobile, Core Web Vitals e dados estruturados.
O futuro do SEO está na integração com o Chat GPT e outras IAs, oferecendo conteúdo de qualidade
O ChatGPT na sua versão padrão, que é a mais difundida, opera com base em um vasto conjunto de dados textuais com o qual foi treinado anteriormente. Ou seja, ele não faz buscas no Google, ou em qualquer outro buscador, para oferecer uma resposta. No entanto, a OpenAI lançou recentemente a funcionalidade pesquisa do ChatGPT (ChatGPT Search), que permite que o chatbot acesse a web para obter informações em tempo real.
Veja como funciona:
Modelo de Linguagem (Padrão): Originalmente, o ChatGPT é um modelo de linguagem que gera respostas a partir de padrões e conhecimentos contidos em seus dados de treinamento, que têm um corte temporal (ou seja, não incluem eventos muito recentes). Ele não “navega” na internet para cada pergunta que você faz.
Funcionalidade de Pesquisa (ChatGPT Search): Com a introdução do “ChatGPT Search”, o modelo agora pode, se necessário, realizar pesquisas na web para responder a perguntas que se beneficiam de informações atuais, como notícias recentes, dados de mercado ou eventos locais.
Acionamento: Em alguns casos, o sistema decide automaticamente se uma pesquisa na web é necessária. Em outros, o usuário pode acionar manualmente a função de busca clicando no ícone de pesquisa na interface.
Embora a funcionalidade de pesquisa acesse a web, a OpenAI não especifica que ela usa exclusivamente o Google. O ChatGPT pode utilizar diferentes fontes e mecanismos de busca para coletar as informações mais relevantes e atualizadas.
Em resumo, o ChatGPT pode acessar a web e buscar informações em tempo real através de sua funcionalidade de pesquisa integrada, mas ele não é o Google Search. O Google fornece uma lista de links para páginas relevantes, enquanto o ChatGPT oferece uma resposta sintetizada e completa com base nas informações encontradas.
Na prática
Na prática isso significa que o conteúdo na Web não perdeu a relevância por causa do Chat GPT, porque em muitos casos, ele é a fonte que o Chat GPT Search utilizará para fornecer as respostas que foram pedidas. Veja esse caso prático, de um trabalho realizado pela Dupla para o EZ Coworking, um coworking localizado dentro do EZ Aclimação Hotel.
Ao ser perguntado qual o primeiro hotel coworking de São Paulo, o Chat GPT respondeu: O primeiro hotel-coworking conhecido em São Paulo é o EZ Hotel Aclimação, localizado na Avenida Armando Ferrentini, 668, bairro da Aclimação.
Segundo informações do próprio hotel, o espaço de coworking ali inaugurado (EZ Coworking) foi lançado em fevereiro de 2020 como o “primeiro hotel coworking em São Paulo”.
Como você pode observar na captura de tela, ao ter que responder uma pergunta que não estava nos seus dados de treinamento, o Chat GPT fez buscas na web, e encontrou os links para sites e blogs com a melhor otimização SEO e o melhor conteúdo, produzido com pesquisa e cuidado.
O SEO moderno exige experiência do usuário (UX), design, acessibilidade, inteligência artificial e boas estratégias de marketing de conteúdo. Em vez de tentar enganar o algoritmo, a abordagem atual é produzir conteúdo que construa valor real , que seja um verdadeiro ativo digital, entendendo o que as pessoas realmente procuram — e como elas fazem isso.
Conclusão
SEO não está morto. O que morreu foi o SEO preguiçoso, baseado em repetições de palavras-chave e táticas manipulativas. O que temos agora é um SEO mais sofisticado, centrado no usuário, integrado à tecnologia e mais desafiador — mas também mais eficaz quando bem-feito. O SEO evolui, e as estratégias precisam evoluir com ele.